CANÇÃO II
Eu canto a angústia e a raiva vil
e renasço sob a Ágora da Lua
onde os abismos do verbo amar
devoram Anjos & Demônios.
Eu canto para renascer entre sombras
e
para mover-me nas entrelinhas
dos
teus abismos - por onde inscrevo
cicatrizes
e catáforas.
Eu canto as palavras e as colinas
e os
desvios plenos onde cruzam-se
santos
e marginais - e entre o gozo
e o
tormento - só ruínas e nada mais.
Eu canto para que a morte não ecoe
em meu dorso, e para que o sol vil
não queime a minha velha infância
ou seque as águas do meu rio perene.
Eu canto a Bahia e a morte da poesia
que
cai sobre o mundo feito um surto
de
dor rompendo o meu íntimo, a morte.
Eu canto o meu sangue seco e as sequelas.
ÁGUAS
DE MARÇO
Sou
um louco que plasma
e bebe
o
incerto amor
para renascer
sobre
as águas de março.
Entre
o abismo
insano
e o
distante olhar
habitam
meus sinais.
Meus
olhos contemplam
teus
olhos
no horizonte,
e
movem-se sobre as linhas
dos teus abismos
por
onde inscrevo
minhas
digitais.
BIOGRAFIA:
Fabrício Oliveira é
poeta e pesquisador de letras. Nasceu em 1996 em Feira
de Santana /BA, mas reside em Santo Estêvão / BA. Estudante do curso de Letras
Vernáculas pela Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS.
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