terça-feira, 17 de julho de 2007

DIÁRIO IV: Sânzio de Azevedo

Oito de julho de dois mil e sete. Domingo chuvoso. Um dia quase triste. Acordo e vou em busca de novas leituras, novas reflexões. Retiro das prateleiras da minha biblioteca o livro Lanternas cor de aurora que recebi recentemente do poeta Sânzio de Azevedo (1938). Residente em Fortaleza, Ceará, o ensaísta e historiador literário Sânzio de Azevedo é autor de inúmeros ensaios sobre literatura cearense. Leio e releio os 62 poemas que perpassam as 48 páginas do livro. Todos são haicais que, segundo o próprio poeta, estão estruturalmente realizados conforme o modelo japonês imortalizado por Matsuo Bashô e seguem o esquema rimático proposto pelo poeta brasileiro Guilherme de Almeida. Lendo Lanternas cor de aurora fiquei encantado, principalmente, por uma série de haicais intitulados Nordeste, Nordeste 2, Nordeste 3 e Nordeste 4 que projetam através da síntese lírica fortes imagens poéticas, quase plásticas, que impregnam as retinas do leitor:

NORDESTE 2
Para Luciano Maia

Audaz e encourado,
ligeiro, irrompe o vaqueiro
do mato cerrado.


Salve a grande poesia brasileira! Salve o poeta Sânzio de Azevedo, um vaqueiro encourado de metáforas que anuncia as singelezas do mundo pelas formas pequenas, mas que rebrilham intensamente como Lanternas cor de aurora.

Boa leitura!

AZEVEDO, Sânzio de. Lanternas cor de aurora. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2006.

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