Cleberton Santos (14/05/1979, Propriá/SE) é poeta e professor do IFBA campus Santo Amaro. Mestre em Literatura e Diversidade Cultural pela UEFS. Publicou os livros “Ópera urbana” (2000), “Lucidez silenciosa” ( 2005) “Cantares de roda” (2011), “Aromas de fêmea” (2013), "Estante Viva” (2013 ) e "Travessia de abismos" (2015). Vencedor do Prêmio Escritor Universitário Alceu Amoroso Lima da Academia Brasileira de Letras (2002). Este blog é dedicado à divulgação da Literatura e outras Artes.
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
domingo, 17 de setembro de 2017
EPIFANIA
Epifania
Para Antonio
Brasileiro
Um Buda sentado
sobre meus ombros
medita a leveza da morte.
Vestindo roupas trançadas de pedras
um Buda leve caminha sobre as águas
dos meus pensamentos.
Sobre meus ombros
um Buda escreve
poemas esconsos.
sábado, 16 de setembro de 2017
TRÊS POEMAS DE JECILMA LIMA
Jorge Galeano / http://jorgegaleano.blogspot.com.br
Gostaria de
ser rio
Eis o meu alento e meu segredo
Ser a ponte sobre o rio
Ser a pedra e o chapéu que esbarra nela.
Decifrável alegoria
que traz ao coração dos homens
lembrança de pulmões cheios d’água
e olhares elevados de suicidas.
Estamos todos tão distantes...
A água já nos chega aos joelhos
E nós nem nos abraçamos.
Nos abracemos, amiga
antes que, incapazes do gesto
nos tornemos de um sorriso marmóreo,
repleto desta cegueira incurável.
Gostaria de ser rio
Mas sou irrecuperável.
Entre vista
Quanto às coisas que em mim ardem,
É tudo que me toca mais fundo.
Quanto a tudo no mundo que me encanta
Ou comove,
Ou destrói
É essa dor de mil anos
Este estar só, no centro.
E quanto a estranheza mesmo da morte
É a sua atração que me move.
Enquanto espero
Brinco de compor estrelas
Estou naqueles dias
Em que não consigo ser para mim apenas
E escapo ao controle.
Afogo um mundo em pequenas dores
E me desconheço
Grandiloquente e tola.
Estou naqueles dias
E, enquanto espero
Espalho astros pela janela.
JECILMA LIMA é feirense, poeta, contista
e pesquisadora de literatura e cultura. Participou da coletânea de poesia “SETE
FACES”, publicada pela UEFS, e foi vencedora do I concurso Literário Bahia de todas as Letras, da editora Via
Litterarum, na categoria conto, com “Um coração de coelho”. É professora do
IFBA – Campus Santo Amaro, onde coordena o Núcleo
de Arte e Cultura.
segunda-feira, 11 de setembro de 2017
Memórias da Flipelô 2017
09/08/2017 / FLIPELÔ
Estive na Flipelô 2017. Fui
convidado pelo curador José Inácio Vieira de Melo para recitar meus poemas no
Café Teatro Zélia Gattai ao lado dos poetas Igor Fagundes (RJ) e Walter César
(BA). Tudo seria exatamente igual a tantos outros eventos literários que já fui
se não fosse por este inesquecível episódio. Estive ao lado de Maria Bethânia.
Falei com Maria Bethânia. Abracei Maria Bethânia. Na abertura do evento,
emoldurados pela beleza silenciosa da Igreja de São Francisco, tive a alegria
de ver, ouvir e sentir Maria Bethânia cantando, declamando e orando as belezas
textuais em versos e prosas da riquíssima literatura brasileira. Após seu
recital-oratório-declamativo-show, Maria Bethânia recebeu com imensa ternura
muitos que buscaram seu abraço, sua voz, seu olhar ainda no camarim. Coisa
linda foi quando luz faltou e Maria Bethânia serenamente entoou um canto solene
para aconchegar o ambiente e seus convidados. A candura de sua voz dissipou a
escuridão da noite e iluminou tudo, inté nossa alma. E ficamos inundados, mais
uma vez, pelo seu sopro poético e fomos acolhidos pelo manto de sua calorosa
simpatia. Aquela cena parecia um sonho. Parecia um poema de Castro Alves. Parecia
um romance de Jorge Amado. Aquela voz que ouvi nos tempos de menino lá em
Propriá na casa do amigo Mário Roberto, agora ecoava eternamente perto de mim,
e dentro, e mais além. Atravessando meu ser. Alumiando as casas do meu coração.
Viva em cores e corais. Palavras e notas musicais. Santos e poetas, clássicos e
populares, poemas e canções. Tudo divinal. Magia pura, encanto sublime.
Aguardei e cheguei. Abracei e disse com voz trêmula: “A senhora inspirou minha
vida.” E ela, Maria Bethânia sorriu. Que mágico. Que sonho. Que alegria. Aquela
noite jamais acabará... porque Maria Bethânia é poesia para toda minha vida.
Feira de Santana, 11 de setembro de 2017.
09/08/2017 / FLIPELÔ
quinta-feira, 7 de setembro de 2017
RUY ESPINHEIRA FILHO
Soneto de Julho
É muito tarde para não te amar.
Tudo o que ouço é o sopro
do teu nome.
O que sinto é teu corpo,
que consome
- presente, ausente - o
meu corpo. Luar
em que me abraso, morro:
teu olhar
ofuscando memórias, onde
some
um mundo, e outro se
ergue. Sede, fome
e esperança. Ah, para não
te amar
é tão tarde que tudo é já
distância,
que só respiro este luar
que me arde,
este sopro sem praias do
teu nome,
esta pedra em que pulsa e
medra a ânsia
e esta aura, enfim, em
que me envolve (é tarde!)
o que és - presente,
ausente - e me consome.
Ruy
Espinheira Filho
Poema
publicado na Revista da Academia de
Letras da Bahia, setembro de 2014, n 46.
domingo, 3 de setembro de 2017
Os sofrimentos do jovem Werther
Um livro formidável. Uma narrativa envolvente em linguagem de cartas. Um romance epistolar. Foi muito prazeroso conhecer os acontecimentos que envolvem a vida do jovem Werther e seu amor pela jovem e bela Lotte. Amor impossível, eterno tema romântico de todos os tempos e lugares. Ouvir as reflexões e diálogos sobre o suicídio entre Werther e Albert. São muitas as possibilidades de sedução que este livro apresenta. Descobrir a literatura de Ossian através das leituras de Werther, sim, pois ele é um grande leitor durante toda a narrativa. Homero, Ossian, Lessing e outras leituras citadas ao longo da narrativa. Um livro poderoso de Goethe. Um clássico não somente da literatura alemã, mas de toda a literatura universal. A solidão, o amor, a morte, a traição, o suicídio, a desilusão amorosa, a amizade e tantos outros valores e sentimentos atemporais perpassam todas as 181 páginas deste formidável e atraente livro que atravessa séculos encantando e atraindo leitores de todas as idades e paixões.
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