domingo, 25 de março de 2012

ÁGUAS


ÁGUAS

Água fecunda
que funda minha alma
e alimenta meu juízo.

Água que banha
toda pele
toda planta
toda vida.

Água doce alimentando
vidas
esperanças
sonhos
paisagens
homens aquáticos.

Água do velho marujo,
dos tempos de Propriá.

Água límpida,
mais clara que o claro do meu ser.

Água seiva viva
vivendo em cada fruto que alimenta.

Água dom líquido
dos deuses de matas ancestrais.

Água-Ser que habita
nosso Planeta-Casa, rogai por nós.

Paulo Afonso, 23 de março de 2012.
Cleberton Santos

domingo, 11 de março de 2012

FLIPA - FASETE

IV FLIPA 2012 – FASETE
http://www.fasete.edu.br/flipa/

Mini-cursos
Todos os mini-cursos serão ministrados no dia 12/05 (sábado) das 8 às 12h.
As vagas dos mini-cursos são preechidas de acordo com a ordem de confirmação de pagamento das inscrições.
MINI-CURSO    PROFESSOR MINISTRANTE    VAGAS
1 - Produção textual e criatividade literária    Prof. Esp. Edson José Barreto dos Anjos (GMPA)    50
2 - Literatura Negra    Prof. Esp. Kárpio Márcio Siqueira (UNEB)    50
3 - Literatura – instituição e mercado    Profa. Esp. Joranaide Alves Ramos (UFAL)    50
4 - Como elaborar uma apresentação oral    Prof. MSc. Danilo Catelli (FASETE)    40
5 - Violência Doméstica    Profa. MSc. Vannucia Nóbrega (FASETE)    50
6 - Linguagens comerciais de marketing    Adm. Jacques Fernandes (FASETE)    50
7 - Libras e suas expressões literárias    Profa. Esp. Érica Regina Araújo Silva (FASETE)    35
8 - O Latim no cotidiano    Prof. Esp. Vasko (Academia de Letras de Sergipe)    50
9 - Incentivando o hábito de leitura na biblioteca    Bibliotecária Márcia Ferraz (FASETE)    50
10 - Saúde e Bem-Estar    Prof. DSc. Edilson Alves (FASETE/UNEB) e Psicóloga Roseane Nunes    50
11 - O Negro e o Índio na Legislação    Prof. Esp. Bruno Barbosa Heim (FASETE/UNEB)    50
12 - Educação Física e/ou Ludicidade    Prof. Esp. Gilson Pereira (FASETE/Colégio Sete)    50
13 - Nova reforma ortográfica    Prof. Alexsandro Lima    50
14 - Literatura Baiana    Prof. Ms. Cléberton Santos (IFBA)    50
15 - Oficina de Bonecas    Acadêmica do curso de Direito Solange D’Angio (FASETE)    20
16 - O fantástico universo da Literatura Infantil    Acadêmicas Lillian Marianna e Eliene da Silva Santos (FASETE)    50
17 - Língua Inglesa: viagens e receptivos (Copa do Mundo e Olimpíadas)    Prof. Esp. João Eduardo e Acadêmica Daiana Esteffany (FASETE)    20
18 - Comunicação organizacional e novas tecnologias    P&P André Luiz Alves e Webdesigner Edemilton Jr. (ASCOM/FASETE)    50
19 - Construção de texto teatral: pontos e contrapontos    Acadêmicas Camila Gabrielle e Júlia Clícia Leal (FASETE)    50

IV FLIPA

O I FLIPA nasceu em 2009, por iniciativa do Corpo docente do Curso de Letras com habilitação em Português e Inglês da Fasete, especialmente, por intermédio das disciplinas correlacionadas com as literaturas. O propósito principal foi exatamente fomentar a discussão / fundamentação da arte literária, além de propiciar demandas: Contação de Histórias, “Performances” Artísticas, Produção Textual, Intercâmbio Cultural, entre outros.

O I FLIPA nasceu em 2009, por iniciativa do Corpo docente do Curso de Letras com habilitação em Português e Inglês da Fasete, especialmente, por intermédio das disciplinas correlacionadas com as literaturas. O propósito principal foi exatamente fomentar a discussão / fundamentação da arte literária, além de propiciar demandas: Contação de Histórias, “Performances” Artísticas, Produção Textual, Intercâmbio Cultural, entre outros.
O I FLIPA teve como tema: “Paulo Afonso à luz da literatura” e trouxe à cena dos produtores literários locais – Ednaldo Francisco da Silva Júnior, Maria Gorette Moreira, Jovelina Ramalho, Aníbal Nunes, Domingos Sávio Lopes Mascarenhas, Francisco Araújo, Edson José Barreto dos Anjos e Jotalunas, fazendo-os vivos na memória dos acadêmicos. Na oportunidade, foi montada uma praça cenográfica, para que cada um apresentasse um fragmento de suas obras.
O II FLIPA teve como tema: “Nas trilhas do sertão alagoano: uma homenagem a Graciliano Ramos” e teve início com uma Caravana Literária para as cidades de Pão de Açúcar, Penedo e Palmeira dos Índios (todas no estado de Alagoas), como forma de instigar a pesquisa e contextualizar a temática; culminando com o festival nos dias 29 e 30 de abril e 1º de maio de 2010. Na programação constou de mesa redonda com os professores Socorro Almeida (FASETE), Luciana Marinho (UNIVERSO) e Sandro Melros (FASVIPA) os quais versaram sobre as obras de Graciliano Ramos, respectivamente, São Bernardo, Vidas Secas e Caetés, performances teatrais (diga-se de passagem: peças corporativas, contemplando os conteúdos estudados durante o semestre letivo de 2010.1), exposições, mini-cursos e seminários temáticos.
O III FLIPA, realizado na segunda semana de maio/2011, teve como tema "Nas trilhas do sertão ao litoral pernambucano: uma homenagem a Cida Pedrosa". Na sua programação constou a apresentação dos resultados da pesquisa de campo, por intermédio da Caravana Literária dos alunos do Curso de Letras às cidades de Olinda e de Recife – PE, com destaque ao Instituto Ricardo Brennand. O júri simulado sobre o livro "O crime de Padre Amaro" e as aulas espetáculos de Antônio Barreto e Cida Pedrosa, literalmente, roubaram a cena, principalmente, o recital desta última com seus poemas românticos e eróticos. O festival se encerrou com os seus 12 (doze) mini-cursos, atendendo às diversas áreas do conhecimento. Conforme avaliação dos seus participantes, o festival variou de ótimo a excelente.
Durante os dois anos, o FLIPA tem movimentado o 1º semestre letivo, estabelecendo intercâmbio, inclusive, com outros espaços acadêmicos e tem despertado o interesse da sociedade.

: Programação

Local: Casa de Show Oásis
19h Abertura
Acadêmicos do Curso de Letras
19h30min Café Literário
Participação Especial dos poetas Valfrido Dias Porto e Cléberton Santos e dos professores Socorro Almeida e Amin Seba
O certificado de 20 horas será entregue no final do mini-curso (12/05), somente para quem obtiver pelo menos 75% de carga horária.

A outra face dos Institutos Federais

Prof. Cleberton (Paulo Afonso): A outra face dos Institutos Federais (IFs)

Redação
redacao@ozildoalves.com.br


A outra face dos Institutos Federais (IFs)
A mídia nacional tem divulgado cotidianamente algumas boas notícias sobre os Institutos Federais (IFs). Mas toda moeda, como diz o sábio adágio popular, tem sempre duas faces. A mesma coisa acontece com nossos IFs. Na condição de professor, poeta e livre pensador desejo apresentar aos amigos leitores a outra face desta instituição de ensino público federal.  Uma face que com certeza muitos pais desconhecem. Esta outra face, não tão bonita quanto aquela sempre apresentada na mídia, é fruto do projeto de expansão desordenada do nosso Governo Federal para os Institutos Federais e da prática de gestores mal preparados para os novos desafios da educação no século XXI.
Na ansiedade política de inaugurar novos campis em várias cidades do Brasil, o Governo Federal permitiu e estimulou que fossem inaugurados Institutos que já nasceram em situação precária, mal estruturados fisicamente, administrativamente desorganizados e com material humano e outros materiais insuficientes. Nesses Institutos, nascidos prematuramente, faltam professores, faltam materiais básicos para o trabalho pedagógico, faltam equipamentos tecnológicos míninos para o bom andamento das aulas, faltam livros nas bibliotecas, faltam laboratórios para determinados cursos, faltam equipamentos específicos para a plena realização de algumas disciplinas técnicas, faltam estruturas físicas adequadas ao modelo de educação tecnológica. Enfim, faltam as condições básicas e plenamente adequadas ao bom funcionamento da rede feral de ensino. Por isso, afirmo que nasceram prematuramente!
Outro grave problema vivenciado hoje nos Institutos Federais é a falta de uma gestão democrática e participativa como ocorre nas Universidades Brasileiras. O modelo de gestão institucional é muito engessado e mais parecido com o gerenciamento de técnicos industriais do que de professores, intelectuais e livres pensadores. O saber humano, seja ele tecnológico ou artístico, não é construído apenas baseado em regras e normas legais da legislação trabalhista, portarias e resoluções da burocracia escolar. O saber universal foi sempre construído através do estímulo à produção, à criação, à investigação e ao compartilhamento das ideias e dos produtos gerados pelos docentes, discentes, técnicos, analistas e toda a comunidade que interage no ambiente acadêmico. Isso tem sido constantemente esquecido por aqueles que dizem “administrar” a educação federal.
Caros leitores, sabemos que esta outra face dos Institutos Federais não agrada, mas é necessário refletirmos sobre ela. Será que realmente queremos para nossos filhos uma educação oferecida nestas condições? Será que o Governo Federal está realmente cumprido seu papel de oferecer uma educação pública, gratuita e de qualidade? Será que os Institutos Federais estão realmente caminhando para se tornarem centros de excelência no ensino básico e tecnológico superior no Brasil? Ou será tudo um engodo político para divulgar estatísticas e mais estatísticas da falsa evolução da educação brasileira? Nós, cidadãos brasileiros, devemos pensar e repensar sobre essas questões educacionais que envolvem o presente dos nossos filhos e o futuro da nossa nação. Pensar e cobrar atitudes de mudança aos representantes legais que nós elegemos! Pensamento e ação são as bases de toda revolução social!
Cleberton dos Santos, professor do IFBA, poeta, crítico literário e ativista cultural.
Paulo Afonso, 11 de fevereiro de 2012. 

A "marca" do conhecimento: os abusos do mercado escolar

Por Cleberton Santos**
clebertonpoeta@yahoo.com.br

Sou pai e professor, portanto ocupo os dois lados da bancada. Penso com o bolso do pai e reflito com a formação do profissional da educação. Sendo assim, a semana passada andei pelas livrarias de Paulo Afonso para comprar o material escolar do meu filho, único herdeiro das minhas leituras. O primeiro comentário que surgiu de uma mãe que cruzei pelo caminho foi: “Meu filho só quer usar material de boa marca, material que custa muito caro.” Ouvi e nada comentei com aquela mãe angustiada. Depois fiquei sendo perseguido por estas reflexões que agora compartilho com vocês, meus amigos leitores.
Desde quando o conhecimento tem “marca”? Vamos tentar projetar algumas situações interessantes! Imaginemos se os grandes poetas mundiais precisassem de papel de “marca X” para escrever seus belos poemas! Se os geniais pintores do renascimento precisassem da tinta “marca Y” para construírem suas obras inigualáveis! Se o fabuloso arquiteto Oscar Niemeyr dependesse de um lápis da “marca Z” para desenhar Brasília! Se... Bem, são tantos os exemplos esdrúxulos, mas fiquemos por aqui.
Não foram as “marcas” dos materiais ou equipamentos que formaram os gênios ou simplesmente as grandes mentes da sociedade humana. Não foram as “marcas” que desenvolveram as ideias filosóficas e os projetos científicos que conhecemos hoje. Foram as mentes brilhantes de homens e mulheres que construíram pontes, inventaram fórmulas físicas, escreveram romances, produziram vacinas, analisaram problemas sociais e contribuíram ativamente para o avanço científico, social e artístico da humanidade.
Sou filho de pais de classe baixa e nunca conheci esses tais materiais de “marca”, meu caderno se chamava “caderno”, meu lápis se chamava “lápis” e todos os outros materiais escolares eram apenas ferramentas, utensílios que utilizava na escola para viabilizar no mundo material as ideias e os pensamentos que brotavam da minha cabeça sergipana. Nunca segurei um lápis especial que escrevesse uma dissertação nota dez. Nunca tive uma régua que realizasse meus cálculos de geometria. Sempre precisei estudar muito, realizar inúmeras leituras literárias, refazer incontáveis exercícios, analisar várias fórmulas, compreender múltiplos acontecimentos históricos e geográficos para acompanhar o desenvolvimento das aulas.
Voltemos ao causo das compras do material do meu filho que vai estudar no maternal. A senhora que me atendeu na livraria foi simpática e compreensiva. Explanei minha teoria educacional para ela e então obtive resultados. Ela apenas colocou sobre o balcão o material que era útil e barato, sem preocupação com as “marcas” de fantasia mercadológica que apenas exploram o desconhecimento pedagógico dos pais. Fiquei muito feliz com a inteligência da vendedora, afinal essa é sua função: agradar o cliente.
E no final das contas, meu filho vai pra escola com todo o material solicitado, não fiquei cheio de dívidas inúteis e ainda carrego em meu peito a plena certeza de que se meu filho um dia fizer parte da equipe científica que irá descobrir a cura da AIDS não será por méritos da lapiseira da “marca tal”.

** Cleberton dos Santos, professor do IFBA e poeta.

A CULTURA DOS CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS

A cultura dos condomínios residenciais: direitos e deveres

A palavra cultura tem vários significados nos campos das ciências humanas e sociais. Vejamos, por exemplo, o significado pragmático de cultura expresso em nossa Constituição Brasileira, que no artigo 216 configura também como cultura “os modos de criar, fazer ou viver”. Quero chamar a atenção para “os modos de viver”. Todas as práticas sociais têm seus modos de viver, portanto, sua cultura própria. Isso que popularmente chamamos também de “jeito de ser”, ou seja, como a coisa funciona realmente, ou, pelo menos, como deveria funcionar no plano das ideias. Pois bem, os chamados condomínios residenciais também têm sua cultura, seu modo de viver, seus hábitos, suas regras, seus costumes, suas práticas sociais coletivas que foram “acertadas/reguladas” pelas leis vigentes do país ou pelos acordos democráticos e legais estabelecidos nas Assembleias Gerais de cada condomínio.
Mas, infelizmente, nem todas as pessoas que estão procurando ou necessitando morar-viver em condomínios assimilaram bem essa cultura e seu estilo de vida. O que mais frequentemente encontramos nos condomínios brasileiros são pessoas que não acreditam ou não se adequam ao modo de vida orientado por tantas regras que estabelecem direitos e deveres de ambas as partes. Um exemplo básico dessa não adaptação ou aceitação é o caso do não pagamento (mais conhecido como inadimplência) da Taxa de Condomínio. Essa taxa representa um dever elementar de todo condômino, pois é a partir da arrecadação correta e sadia desta taxa, que todos terão seus direitos preservados e garantidos com regularidade. Essa taxa é essencial para o bom andamento da vida desta comunidade fechada. Serviços como energia e água das áreas comuns são pagos com este valor. A limpeza geral, a manutenção dos equipamentos de lazer, os funcionários básicos, os possíveis consertos e reparos nas instalações e, se sobrar, até investimentos em mais equipamentos e outros recursos para o bem social dos moradores, tudo será proveniente do montante arrecadado pela cobrança justa e regular da Taxa de Condomínio. O dono de imóvel (apartamento ou casa) que não está regular com este dever, com esta responsabilidade jurídica, que como dizia minha querida mãe “está veaco”, devedor, está prejudicando todas as pessoas que habitam o condomínio. Se as pessoas não tomarem consciência desta realidade e cumprirem com seus deveres básicos, os projetos de vida baseados em condomínios na cidade de Paulo Afonso não terão muito sucesso, e o mais perigoso ainda, os condomínios poderão se transformar em verdadeiras zonas de faroeste. Por enquanto, vou ficar apenas no assunto Taxa de Condomínio, em outros momentos falarei sobre outros aspectos da cultura dos condomínios: hábitos comportamentais mais simples e corriqueiros. Esclareço aos professores de redação de plantão, que a repetição da palavra condomínio neste texto é proposital, por questões de psicologia ideológica. Vamos repensar nossa vida social, principalmente nossa vida condominial.

Cleberton Santos, poeta, professor do IFBA e morador do Condomínio Encontro das Águas.