sábado, 4 de julho de 2015

RUY ESPINHEIRA FILHO



Soneto do anjo de maio


Então, em maio, um Anjo incendiou-me.
Em seu olhar azul havia um dia
claro como os da infância. E a alegria
entrou em mim e em sua luz tomou-me 

o coração. Depois, suave, guiou-me
para mim mesmo, para o que morria,
em meu peito, de olvido. E a noite, fria,
fez-se cálida — e a mágoa desertou-me. 

Já não eram as cinzas sobre o Nada,
mas rios, e ventos, e árvores, e flamas,
e montes, e horizontes sem ter fim! 

Era a vida de volta, resgatada,
e nova, e para sempre, pelas chamas
desse Anjo de maio que arde em mim!

Ruy Espinheira Filho

Mais sobre o poeta em
http://www.germinaliteratura.com.br/ruy_espinheira_filho.htm

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