terça-feira, 4 de abril de 2017

Poema de Narlan Matos



CALENDÁRIO

é preciso esquecer de março
para que abril finalmente aconteça
deitar-se sob a sombra de janeiro
para que o abismo de junho desapareça

de quem é esta face por detrás da hera?
ao longe o luar etéreo repousa leve e branco
sobre lírios de absinto e quimera

resta ainda a relva de setembro
e azaleias da tarde
e as latitudes do silêncio

não é a morte que eu busco, amiga
quando chegam tuas palavras na brisa
quando oferece-me o frescor de tua tez
e a Via-Láctea de repente renasce
calma nas rosas silvestres do prado
ou quando abres as imensas pétalas
do teu sorriso lindo e branco (um lírio?)
para a noite da minha existência

CALENDARIO

bisogna dimenticare marzo
perché finalmente arrivi aprile
sdraiarsi all’ombra di gennaio
perché l’abisso di giugno scompaia

di chi è questa faccia dietro l’edera?
lontano il chiar di luna riposa lieve e bianco
sopra gigli di assenzio e chimera

resta ancora l’erba di settembre
e azalee del pomeriggio
e le latitudini del silenzio

non è la morte che cerco, amica
quando giungono le tue parole nella brezza
quando mi offri la frescura della tua pelle
e la Via Lattea all’improvviso rinasce
calma nelle rose silvestri del prato
o quando apri i petali immensi
del tuo sorriso bello e bianco (un giglio?)
per la notte della mia esistenza

Narlan Matos - poeta brasileiro com vários livros publicados. Vive nos Estados Unidos e sua poesia já foi traduzida para vários idiomas. 

Tradutor: Giorgio Mobili




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