segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Memórias da Flipelô 2017



09/08/2017 / FLIPELÔ

Estive na Flipelô 2017. Fui convidado pelo curador José Inácio Vieira de Melo para recitar meus poemas no Café Teatro Zélia Gattai ao lado dos poetas Igor Fagundes (RJ) e Walter César (BA). Tudo seria exatamente igual a tantos outros eventos literários que já fui se não fosse por este inesquecível episódio. Estive ao lado de Maria Bethânia. Falei com Maria Bethânia. Abracei Maria Bethânia. Na abertura do evento, emoldurados pela beleza silenciosa da Igreja de São Francisco, tive a alegria de ver, ouvir e sentir Maria Bethânia cantando, declamando e orando as belezas textuais em versos e prosas da riquíssima literatura brasileira. Após seu recital-oratório-declamativo-show, Maria Bethânia recebeu com imensa ternura muitos que buscaram seu abraço, sua voz, seu olhar ainda no camarim. Coisa linda foi quando luz faltou e Maria Bethânia serenamente entoou um canto solene para aconchegar o ambiente e seus convidados. A candura de sua voz dissipou a escuridão da noite e iluminou tudo, inté nossa alma. E ficamos inundados, mais uma vez, pelo seu sopro poético e fomos acolhidos pelo manto de sua calorosa simpatia. Aquela cena parecia um sonho. Parecia um poema de Castro Alves. Parecia um romance de Jorge Amado. Aquela voz que ouvi nos tempos de menino lá em Propriá na casa do amigo Mário Roberto, agora ecoava eternamente perto de mim, e dentro, e mais além. Atravessando meu ser. Alumiando as casas do meu coração. Viva em cores e corais. Palavras e notas musicais. Santos e poetas, clássicos e populares, poemas e canções. Tudo divinal. Magia pura, encanto sublime. Aguardei e cheguei. Abracei e disse com voz trêmula: “A senhora inspirou minha vida.” E ela, Maria Bethânia sorriu. Que mágico. Que sonho. Que alegria. Aquela noite jamais acabará... porque Maria Bethânia é poesia para toda minha vida.

Feira de Santana, 11 de setembro de 2017.


09/08/2017 / FLIPELÔ


Nenhum comentário: