Soneto de Julho
É muito tarde para não te amar.
Tudo o que ouço é o sopro
do teu nome.
O que sinto é teu corpo,
que consome
- presente, ausente - o
meu corpo. Luar
em que me abraso, morro:
teu olhar
ofuscando memórias, onde
some
um mundo, e outro se
ergue. Sede, fome
e esperança. Ah, para não
te amar
é tão tarde que tudo é já
distância,
que só respiro este luar
que me arde,
este sopro sem praias do
teu nome,
esta pedra em que pulsa e
medra a ânsia
e esta aura, enfim, em
que me envolve (é tarde!)
o que és - presente,
ausente - e me consome.
Ruy
Espinheira Filho
Poema
publicado na Revista da Academia de
Letras da Bahia, setembro de 2014, n 46.
Nenhum comentário:
Postar um comentário