segunda-feira, 15 de junho de 2015

ANTONIO BRASILEIRO



ARTE POÉTICA

Meus versos são da pura essência
dos poemas inessenciais.

Nada dizem de verídico
não querem nada explicar.

Não narram o clamor dos peitos
não encaram a dor do mundo.

Se por vezes falam alto
é por puro gozo, júbilo.

Humor que brota de dentro
como se movem os astros.

Eles, meus versos, são pura
floração de irresponsáveis

flores nascidas nos mangues,
por nascer — mas multicores,

lindas, não importa que os homens
as conheçam ou não conheçam.

ANTONIO BRASILEIRO
(“A Pura Mentira”, 1982)


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