sexta-feira, 12 de junho de 2015

Poema de Moacir Eduão

FAGULHA

para Cleberton Santos


Ainda é para valer a pena.
Um Sol que queima
um só poema
um só por-do-sol copioso
entre os dias.
Uma Lua, quase duas,
grávida, empanturrada.
Um planeta
cheio de água salgada,
um povo que não sabe chover.
Isso não é regra,
não é métrica.
É um poema sobre flor
e flor sabe ser
cérebro de idioma.
a mente, palavra autista
que se soma,
doma e dobra
a língua portuguesa -
um Sol que queima
e lida com a faísca
como pólvora e fósforo
lida com o poema.

Moacir Eduão
Professor e Poeta. Membro fundador da Academia de Letras de Irecê (Ba). Natural de São Gabriel (Ba). Coordenador do Ponto de Leitura Solar da Boa Vista Castro Alves. Autor de vários livros de poemas, entre os quais “Ao Tempo” (in memoriam), em 2003, e ”desespaços”, em 2008.



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