A PALO SECO
Para Belchior
Uma dor profunda rasga mágoas
Esquecidas em varandas matinais
rugas cinzas sulcadas na memória
de mortos sepultados em recônditos quintais.
Náusea fluida de muitos goles
porres tomados em bares do subúrbio
calçadas sujas resfriadas pelo mijo
noturno dos filósofos do murmúrio.
Ânsia de vômitos seculares
engasgados em gargantas a palo seco
ruas e sombras e postes enrugados
iluminam poetas encurralados pelo beco.
Cleberton Santos
Revista Laboratório de Poéticas – nº 9, verão 2011 –
Diadema – SP – Editor: José Geraldo Neres / Seleção de José Inácio Vieira de
Melo, pp. 52/53
https://pt.calameo.com/read/00041330274c803b91f0c
Nenhum comentário:
Postar um comentário