RIO ABAIXO
Treme
o rio, a rolar, de vaga em vaga...
Quase
noite. Ao sabor do curso lento
Da
água, que as margens em redor alaga,
Seguimos.
Curva os bambuais o vento.
Vivo,
há pouco, de púrpura, sangrento,
Desmaia
agora o Ocaso. A noite apaga
A
derradeira luz do firmamento...
Rola
o rio, a tremer, de vaga em vaga.
Um
silêncio tristíssimo por tudo
Se
espalha. Mas a lua lentamente
Surge
na fímbria do horizonte mudo:
E
o seu reflexo pálido, embebido
Como
um gládio de prata na corrente,
Rasga
o seio do rio adormecido.
https://www.escritas.org/pt/t/11443/rio-abaixo
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